Na publicação anterior, destacamos a importância da acuracidade e os benefícios de termos os Custos Unitários dos produtos de uma fábrica, e fizemos as seguintes afirmações:
– O custo unitário final de transformação de um determinado produto nada mais é do que a somatória dos custos de cada etapa de transformação (salas).
E qual a importância de saber o custo Unitário em cada fase da transformação?
Pois podemos entender e analisar os custos de cada etapa do processo, identificando áreas onde os custos precisam de melhorias e estudar a implementação de mudanças específicas nestas áreas, otimizando o custo unitário e a competitividade de um determinado produto.
O “Custo Unitário” final de um produto pode estar sendo afetado por uma etapa específica do processo que, uma vez identificada e isolada, pode-se lançar mão de recursos e trabalhar para introduzir melhorias ou investimentos necessários para a obtenção de um produto final com custo mais competitivo.
Vale a pena relembrar que o Custo Unitário de transformação tem como pilar básico a absorção dos custos de MÃO DE OBRA DIRETA, a absorção dos CUSTOS HORA MÁQUINA de cada sala de produção por onde o produto passa e, por último, a absorção de uma parcela dos custos fixos que são rateados conforme um critério de rateio definido pela empresa.
Ao se estruturar os centros de custo por sala ou etapa de produção, temos a possibilidade de se analisar a eficiência e a produtividade de cada fase do processo de produção e introduzir alterações importantes, como, por exemplo:
Identificamos que uma determinada máquina com tecnologia ultrapassada e lenta faz com que os custos da etapa sejam desproporcionalmente altos para a necessidade de mercado, portanto podemos fazer um investimento em uma máquina mais moderna e de melhor performance, levando todos os produtos que passam por esta máquina terem seus tempos de absorção de mão de obra e máquina reduzidos e assim, a um custo unitário otimizado.
Por outro lado, estes mesmos produtos vão pagar a depreciação do investimento dessa máquina e, portanto a análise deve considerar todos os fatores que em uma mudança impactam seus custos de transformação.
Claro que a decisão da compra desta mesma máquina poderia estar sendo decidida baseada na necessidade de balanceamento da fábrica, para resolver um problema de capacidade, por exemplo, que pode estar trazendo outras consequências indesejadas como custo de horas extras, mas é fundamental saber todos os fatores que impactam o custo dos produtos e consequentemente o impacto na lucratividade da empresa.
Percebemos com os exemplos acima como o raciocínio vale para qualquer área do processo de manufatura, seja uma manipulação inicial de matérias primas ou embalagem final.
É muito importante termos em mente que o custo unitário de um produto deve ser um fator chave no processo decisório de nossos investimentos.
Outro ponto que muitas vezes observamos nas empresas estão relacionados à dificuldade de se medir os impactos posteriores aos projetos de melhorias que desenvolvemos. Tem-se notado dificuldades enormes em efetivamente saber qual o retorno destas inciativas e os seus impactos nos custos dos produtos. Citamos abaixo um exemplo muito comum:
A busca por melhoria do O.E.E. em máquina de embalagem.
Vamos imaginar que melhoramos o índice de 50% para 55%.
Quem saberia calcular o ganho real para a empresa sem rever ou saber o impacto no custo unitário dos produtos?
- Esta melhoria diminuiu o custo que os produtos absorvem da mão de obra ou horas máquina?
- Se reduzir a absorção em horas, para onde serão redistribuídos os custos fixos anteriormente alocados com base nas horas absorvidas anteriormente?
As respostas a essas perguntas passam necessariamente pelo entendimento dos custos unitários de cada produto e suas origens, distribuição, balanceamento e planejamento. Uma fábrica funciona como um organismo e a análise de gestão dos recursos da mesma tem que ser feita com uma visão sistêmica ou não teremos sucesso nas nossas ações de melhoria e obteremos resultados míopes que negligenciam outros impactos indesejáveis, que ao final geram uma expectativa de lucratividade que não se confirma na prática!
QUANDO MUDAMOS ALGO NO SISTEMA PRODUTIVO, AS IMPLICAÇÕES E IMPACTOS FINANCEIROS DEPENDEM DE UMA “VISÃO SISTÊMICA DA OPERAÇÃO”.
A PGI Farma possui ferramentas e know-how de implementação de custos unitários em diversas empresas grandes e oferece serviços de implementação às empresas que desejam melhorar os custos e otimizar suas etapas do processo produtivo.
Entre em contato conosco para uma conversa técnica e avaliação de suas necessidades e oportunidades.
Por Izidoro Vignola e Roberto Darienzo