Dentro de uma Operação Industrial, temos diversos recursos disponibilizados para a transformação de materiais em produtos terminados, entre eles estão às máquinas e equipamentos do processo, a mão de obra direta de produção e toda infraestrutura necessária para suportar esta operação, etapa por etapa (que podemos chamas de salas de produção, conforme comentamos em artigos anteriores).
Máquinas são recursos absorvidos apenas pelos produtos que os utilizam, da mesma forma, a Mão de Obra Direta é um recurso também absorvido e rateado pelos produtos de forma proporcional a sua utilização.
Dentro da infraestrutura, incluímos uma variedade de áreas como: manutenção, laboratório de controle de qualidade, sistema de qualidade, compras, planejamento e controle de produção, armazéns, utilidades, projetos, áreas administrativas, entre outras, cujos custos serão rateados e alocados aos produtos produzidos.
Os recursos incluídos como “Infraestrutura” são absorvidos pelos produtos produzidos num determinado período, conforme critérios de rateio definidos por cada empresa, de acordo com sua natureza e sua utilização no tipo de operação existente, que pode variar de empresa para empresa. De qualquer forma, as chaves de rateio na grande maioria das empresas deverão estar atreladas a horas máquinas ou a horas homem, conforme critério estabelecido pela empresa e que traduza a variável que mais se adeque ao processo produtivo desta empresa.
Exemplificando melhor o conceito, “chave de rateio” para uma empresa com processos muito dependentes de mão de obra e com tecnologia não muito avançada e automatizada, alocar custos de infraestrutura à MOD parece ser a mais indicada, em contrapartida, em uma empresa com pouca MOD e alta tecnologia, a chave de rateio poderia ser proporcional a tecnologia embarcada em cada sala de produção, por exemplo, proporcional aos investimentos feitos em cada área.
Uma operação com dezenas de etapas ou salas de produção, centenas de operadores como mão de obra direta, com cada produto e seu processo específico de produção (ROTAS), absorvendo de forma diferente tempos das máquinas instaladas e consequentemente a mão de obra em cada sala se torna um sistema bastante complexo para os cálculos de utilização desses recursos.
A complexidade de uma operação como a exposta acima gera dificuldades nas definições das chaves de rateio mais adequadas e que consequentemente permitem análises mais confiáveis dos resultados e competitividade de cada produto produzido. Portanto, de que maneira visualizar como tais recursos estão sendo utilizados, ou em outras palavras, como saber se estamos utilizando adequadamente ou ainda, quanto destes recursos estamos desperdiçando por não ter as informações corretas de suas utilizações?
Se neste ponto estamos todos de acordo que a correta gestão desses recursos é a gestão da produtividade e, como disse Edward Deming por volta de 1950, que só podemos fazer gestão competente e confiável daquilo que medimos com um bom nível de precisão (acuracidade) é fundamental a medição da utilização desses recursos de uma forma sistêmica, entendendo a fábrica como um organismo.
Em nossa proposta, entendemos como útil ou mesmo necessário termos ferramentas que facilitem estes estudos, entre eles, propomos colocar toda a operação em um ambiente virtual, de maneira que possamos visualizar, testar alterações, verificar alternativas e estudar os seguintes tópicos:
• A taxa de utilização de cada sala de produção durante o período estabelecido.
– Neste tópico, analisamos a utilização do recurso “máquinas”, uma vez que a depreciação estará sendo contabilizada pela empresa de qualquer maneira.
• Número de horas de MOD ou efetivo equivalente (horas homem), que é sinônimo da necessidade de mão de obra direta. Muito importante neste tópico o cálculo e a visualização da chamada mão de obra ociosa.
– Neste tópico, analisamos a utilização do recurso mão de obra direta da produção.
• Taxa horária do custo fixo que é um indicador do nível de absorção de todo custo de infraestrutura.
– Neste tópico, definimos um Standard com as bases estabelecidas pela empresa e podemos analisar variações do tipo: se esta taxa subir, significa que estamos encarecendo os produtos, ou seja, alocando muito custo fixo para aquele volume de produção. Se a taxa cair, significa que estamos absorvendo mais custo fixo do que tínhamos planejado, em outras palavras, a infraestrutura está dando suporte para um volume de produção maior do que havia sido orçado, o que seria muito positivo.
CONCLUSÃO:
O que buscamos mostrar aqui é que com ferramentas adequadas e com um bom conhecimento das variáveis envolvidas no processo produtivo, é possível medir de que forma estamos utilizando os recursos disponibilizados e, consequentemente, fazer uma melhor gestão da produtividade, entendimento dos impactos das mudanças e melhorias necessárias e aumentar a lucratividade e a competitividade de uma empresa.
Adotar um sistema de simulação como o SimulaFarma pode, além de facilitar enormemente o trabalho e a correta visualização das variáveis em seu processo produtivo, lhe trazer uma grande vantagem competitiva na sua administração e melhoria de performance.
Nossos artigos são propositalmente “provocativos” para gerar uma reflexão do leitor, mas não pretendem e nem tem a presunção de dar todas as respostas para os problemas, apenas dar uma direção ou uma forma mais sistêmica de identificar e encarar os problemas habituais que todo administrador de Operações Industriais se depara diariamente.
A PGI Farma possui experiência e know-how de implementação de ferramentas próprias e especificas de administração e melhoria de performance em Operações Industriais em diversas empresas grandes e oferece serviços de implementação à empresas que desejam melhorar os custos, aumentar a produtividade e otimizar suas etapas do processo produtivo.
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Por Izidoro Vignola e Roberto Darienzo